A Stellantis completa em 2025 uma década de operação da fábrica instalada em Goiana, Pernambuco, consolidando o Polo Automotivo como um dos mais avançados da América do Sul. Comemorando os 10 anos de funcionamento, a multinacional confirma que o primeiro carro híbrido feito no Brasil será produzido na unidade a partir de 2026. O anúncio marca o início de uma nova fase da empresa no país, focada em inovação tecnológica, sustentabilidade e ampliação de mercado com modelos eletrificados desenvolvidos localmente.
O novo modelo utilizará a tecnologia Bio-Hybrid, um sistema híbrido leve de 48 volts que deve equipar um dos modelos já fabricados no polo pernambucano, como o Fiat Toro, o Jeep Renegade, o Compass, o Commander ou a picape Rampage. A escolha ainda não foi oficialmente revelada, mas a expectativa é grande entre os consumidores e o mercado automotivo nacional. A confirmação do lançamento do primeiro carro híbrido feito no Brasil fabricado em Goiana reforça a aposta da Stellantis em desenvolver soluções locais para a transição energética da mobilidade.
Com investimentos que somam R$ 13 bilhões, a Stellantis planeja transformar a fábrica de Goiana em um centro de excelência em inovação e produção de veículos sustentáveis. A unidade passará por modernizações, vai receber novos fornecedores e será responsável por abrigar seis novos produtos e uma nova marca entre os anos de 2025 e 2030. A chegada do primeiro carro híbrido feito no Brasil simboliza esse reposicionamento estratégico da empresa, voltado à eletromobilidade e à redução de emissões.
A relevância do Polo Automotivo de Goiana vai além do setor industrial. O complexo gerou impactos significativos na economia da região, com forte crescimento no emprego, renda e arrecadação municipal. De acordo com dados de consultorias econômicas, a indústria de automóveis representava apenas 1,5 por cento do Valor da Transformação Industrial de Pernambuco em 2011. Em 2022, esse índice saltou para 12,4 por cento, evidenciando o peso da Stellantis no fortalecimento da economia pernambucana e na industrialização do estado.
No município de Goiana, os efeitos da fábrica são ainda mais evidentes. A participação da cidade no Produto Interno Bruto estadual passou de 1 por cento em 2013 para expressivos 4,8 por cento em 2021. O PIB per capita local também registrou crescimento exponencial, com aumento de 300 por cento em uma década. O primeiro carro híbrido feito no Brasil amplia essas conquistas, colocando Goiana no mapa da produção tecnológica global e elevando ainda mais o padrão industrial da região.
Em termos de geração de empregos, o impacto do polo automotivo é igualmente expressivo. O número de empregos formais em Goiana saltou de 19,8 mil em 2014 para mais de 31 mil em 2024. Somente as atividades relacionadas à Stellantis e seus fornecedores correspondem a 43,8 por cento do total de empregos formais no município. Parte significativa desses trabalhadores reside em cidades vizinhas e até em capitais como Recife e João Pessoa, consolidando o polo como vetor de desenvolvimento regional integrado.
A fábrica da Stellantis também foi responsável por criar um verdadeiro ecossistema industrial na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Em 2015, apenas 22 fornecedores atuavam na cadeia produtiva do polo. Em 2025, esse número chega a 38 com projeções de alcançar 100 empresas parceiras nos próximos anos. A produção do primeiro carro híbrido feito no Brasil amplia esse cenário, demandando novas tecnologias, profissionais especializados e fornecedores qualificados.
Ao completar 10 anos, o Polo Automotivo de Goiana se posiciona como protagonista da transformação energética no setor de veículos na América do Sul. Com a confirmação da fabricação do primeiro carro híbrido feito no Brasil em 2026, a Stellantis demonstra seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento regional. A trajetória da empresa em Pernambuco é exemplo de como investimentos industriais estratégicos podem promover inclusão, crescimento e sustentabilidade.
Autor: Calvin Carter